terça-feira, 24 de maio de 2011

A REENCARNAÇÃO

Diante da complexidade da vida e da profunda diversidade entre os seres humanos, tanto de raça como de cor, condição social, condições físicas e tantas mais, qualquer observador atento e desprovido de preconceitos religiosos e ideias pré-concebidas, poderia indagar a si mesmo: ONDE ESTÁ A JUSTIÇA DIVINA?
Partindo do princípio de que a alma ou espírito e o corpo físico são criados ao mesmo tempo, e que Deus é a justiça suprema, seria oportuno perguntar:
Por que somos tão diferentes? Por que uns nascem na mais extrema miséria e outros na opulência? Por que algumas pessoas nascem portando doenças incuráveis e sofrem a vida toda, e outras nascem cheias de saúde e vigor? Por que algumas crianças morrem em tenra idade? Por que algumas pessoas nascem portando numerosas deficiências físicas e mentais? Por que uns nascem no seio de povos primitivos e em países inóspitos e outros nascem no seio de povos mais civilizados? Por que nascem crianças precoces no campo da música, da matemática e de outros conhecimentos, e outras, apesar de estudarem e se esforçarem a vida toda, não conseguem alcançar um nível razoável de conhecimento? Por que criaturas más desfrutam de grande prosperidade na vida, e outras, bondosas e moralizadas, vivem uma vida cheia de tropeços e dificuldades? Afinal, somos filhos de um Deus infinitamente bom, justo e generoso ou estamos entregues à nossa própria sorte?
A influência dos meios, a hereditariedade, as diferenças de educação não bastam para explicar essas anomalias; vemos os membros de uma mesma família, semelhantes pela carne e pelo sangue, educados nos mesmos princípios, diferenciarem-se enormemente, tanto moral quanto intelectualmente.
Se para nós tudo começasse com a vida atual, como explicar tanta diversidade nas inteligências, tantos graus na virtude e no vício, tantas variedades nas situações humanas? Um mistério impenetrável pairaria sobre esses gênios precoces, sobre esses Espíritos prodigiosos que, desde a infância, penetram com ardor as veredas da arte e das ciências. Todas essas obscuridades se dissipam perante a Doutrina das existências múltiplas. Os seres que se distinguem pelo seu poder intelectual ou por suas virtudes têm vivido mais, trabalhado mais, adquirido mais experiência e maiores aptidões.
Eis a única solução racional do problema; através da sucessão dos tempos, na superfície de milhares de mundos, as nossas existências desenrolam-se, passam, renovam-se, e, em cada uma delas, desaparece um pouco do mal que está em nós; as nossas almas fortificam-se, depuram-se, penetram mais intimamente nos caminhos sagrados, até que, livres das encarnações dolorosas, tenham adquirido, por seus méritos, acesso aos círculos superiores, onde eternamente irradiarão em beleza, sabedoria, poder e amor.
Reencarnamos mergulhados no esquecimento do passado. Nossa missão é desenvolver nossos potenciais e fortalecer nossos pontos fracos. O desafio é o fascínio das coisas superficiais que nos cegam dos nossos anseios mais profundos. Uma tempestade de eventos nos arrasta pelos cantos da vida, dando-nos a ilusão de que estamos perdidos. Mas a sabedoria da vida trama em silêncio nosso reencontro com nossa verdade interior. Neste dia, no alívio do final de todo este drama, a compreensão amadurecida nos revela que diante de qualquer situação, nunca, NUNCA estamos sós.
“Havia entre os fariseus um, chamado Nicodemos, dos mais importantes entre os judeus. Ele foi encontrar-se com Jesus à noite e lhe disse: Rabi, bem sabemos que és um Mestre enviado por Deus, pois ninguém seria capaz de fazer os sinais que tu fazes, se Deus não estivesse com ele. Jesus respondeu: Eu te afirmo e esta é a verdade; ninguém verá o reino de Deus se não nascer de novo” (João 3, 1-8).

(Enviado por ROMÁRIO FERREIRA SAID)

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